07:15 eu acordo e começo a me lembrar, porque ainda não me esqueci do que eu tenho pra falar.
Pois é: decidi falar hoje.
Fui correr com uma playlist do Jota Quest e minha cabeça pirou.
Admito que as vezes, falar é complicado. Melhor mesmo uma canção.
Você acorda todos os dias pensando que tá vivendo naquele filme do Dia da Marmota?
Todos os dias sempre iguais?
E dai você se convence de que todo esse papo de motivação é uma bobagem e que a vida é assim mesmo.
Respira fundo, liga o piloto automático e vai.
Mas no fundo você se pergunta:
Será que todo dia vai ser sempre assim?
Eu cheguei num momento da minha vida e do meu negócio que eu parei pra perguntar: é isso mesmo?
Quero fazer as coisas desse jeito?
E a resposta foi NÃO.
Tem muita coisa que eu não concordo. E eu não vou me adaptar (sorry Jota Quest, precisei dum Titãs aqui)
E confesso que eu fiquei um pouco perdida.
Um pensamento do tipo: por onde eu recomeço?
E a resposta que eu tive foi: pelo coração.
Descobri que a melhor forma de encontrar essa resposta é voltando pro primeiro amor. É lembrando da causa que te fez começar.
E eu fui parar no Grand Canyon. Foi minha experiência lá, com 20 anos, que me transformou. Foi lá que eu me apaixonei pelo turismo.
Eu voltei de lá livre das amarras que as convenções sociais do meu small world em Porto Alegre me trouxeram (não estou me fazendo de vitima, elas foram aceitas por mim).
Quando eu tinha 28 anos, eu já tinha feito Direito, Seminário, tinha estudado hotelaria, tinha morado nos Estados Unidos e na Australia, viajado o mundo e tinha muitas historias pra contar. E nas rodinhas de conversa, as pessoas me perguntavam: – Escuta, mas quantos anos tu tem hein? Como que tu já fez tanta coisa, tão jovem?
E hoje, eu vejo as pessoas ao meu redor anestesiadas. Acompanhando a vida dos outros e conhecendo o mundo através de um black mirror. De uma tela de celular que tira elas do mundo real.
Pessoas curtindo o post do outro achando que isso é curtir a vida. Celulares ocupando lugar de destaque nas mesas de refeições.
E eu não concordo com isso. E sei que eu sou protagonista dessa história também. E caio nessas roubadas também.
Mas que tá errado, tá errado.
E se há alguma coisa que pra mim vale a pena lutar é por memórias reais.
Por momentos de olho no olho, por empatia, por conversas onde as pessoas se escutam e falam a verdade.
Ninguém está mais disposto a ouvir.
Quando o assunto ao meu redor é viagem, e isso é bem comum, e alguém começa a falar de uma experiência em algum destino, a outra pessoa na conversa não está interessada. Ela está esperando o momento em que o interlocutor vai respirar pra poder contar a sua experiência naquele destino. E a conversa vira uma guerra de vaidades.
Tanto que as pessoas curtem as suas fotos quando você está viajando e posta algo no seu feed, mas ninguém quer ver elas e saber da sua viagem quando você volta.
A vida real não interessa mais.
E meu proposito, com a minha profissão, é conectar os meus clientes a pessoas especiais e a lugares especiais.
Dias que não serão esquecidos.
E eu fui muito abençoada na minha vida de ter sido conectada com as pessoas certas e com os lugares certos.
E essas experiencias me fizeram a pessoa que eu sou hoje, com todo o meu repertório de vida. Sou mãe, esposa, amiga, líder, empresária. Com meus defeitos e qualidades.
Mas nenhuma rede social teria me trazido até aqui.
Eu quero trabalhar para criar sorrisos, lágrimas, gostos, sabores.
Eu quero fazer parte de um mundo memorável. Onde as pessoas tenham vida em abundância.
Poxa, Jesus morreu por isso. Ele veio para nos dar uma vida abundante. E o que a gente tem feito com ela?
Será que essa causa não vale 8 horas diárias do meu esforço, do meu tempo?
Então, finalmente, aqui estou eu, realinhada com o meu proposito de conectar pessoas e lugares.
E de ajudar as pessoas a terem dias melhores pra sempre.
E não é pra todo mundo. É pra quem dá valor. E tá tudo bem.
Não quero atender todo mundo. Não sou o Decolar.
Quero atender pessoas que buscam esse proposito.
Eu sei que pra isso eu posso contar com essa fé que ainda me faz otimista até demais.
Eu to seguindo meu caminho, já parti pro tudo ou nada.
Se você também é um rebelde, Vem meu amor, vem andar comigo. As flores estão no caminho.
Porque se todo mundo cantar junto, daí vai se fácil, extremamente fácil.
E dai, ao invés da gente cantar: será que todo dia vai ser sempre assim?
A gente vai cantar: DIAS MELHORES PRA SEMPRE!
1 Comment
Tainá
Que lindo texto, Erica! Adorei! 🙂 Parabéns!